Baía Formosa

Bandeira do Município de Baía Formosa
Baía Formosa, é um município no estado do Rio Grande do Norte (Brasil), localizado na microrregião do Litoral Sul, na mesorregião Leste Potiguar e no Polo Costa das Dunas na divisa litorânea com o estado da Paraíba. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no Censo Demográfico realizado no ano de 2010, sua população era de 8.569 habitantes. Área territorial de 246 km².

O município foi emancipado de Canguaretama através da Lei nº 2.338, de 31 de dezembro de 1958, com a instalação da sede municipal ocorrendo em 17 de janeiro de 1959.

Limita-se com o município de Canguaretama (norte e oeste) e com o estado da Paraíba (sul). A leste é banhada pelo Oceano Atlântico.

A sede do município está a 6° 22’ 10” de latitude sul e 35° 00’ 28” de longitude oeste. A altitude é de 4 metros acima do nível do mar e a distância rodoviária até a capital é de 90 km. A pluviosidade média aferida no município, na Destilaria Baía Formosa, segundo o IDEMA é de 1.616,6 mm.

Mapa territorial do município


Ainda de acordo com o IDEMA, o solo da região é do tipo litólico eutrófico e bruno não cálcico. O solo tem aptidão regular e restrita para pastagem natural. Nas áreas correspondentes a bruno não cálcico, as terras são aptas para culturas de ciclo longo como algodão arbóreo, sisal, caju e coco. A área centro/norte têm terras indicadas para preservação da fauna e flora ou para recreação. Há, no município, uma área de reserva da Mata Atlântica, com aproximadamente 1.833 hectares, aberta à visitação. É o maior trecho contínuo de mata preservada no Estado.

História

Seu nome original, dado pelos índios, era Aretipicaba (bebedouro dos papagaios). O nome atual tem sua origem pela existência de uma baía em seu litoral (a única no Rio Grande do Norte). Seu povoamento teve início justamente pela baía, onde foi construído um pequeno porto de pesca. Em meados do século XVIII, a área já era utilizada, por grande fazendeiros, para recreação.

O município de  Baía Formosa não fugiu a regra de ocupação ainda no período colonial, o qual possui o caráter de povoamento mais intenso na faixa litorânea, assim como por ser colônia de exploração, foram ocupados os melhores locais que dispunham de solos utilizados para produção de gêneros de exportação. A facilidade de acesso a Baía e ao Rio Curimataú/Barra do Cunhaú também contribuiu para o deslocamento das embarcações, principal meio de transporte utilizado na época.

O litoral oriental foi uma das zonas de adensamento que se destacou no período colonial, por ser uma zona produtora de açúcar, com ramificações na hinterlândia, por meio da pecuária e da agricultura de abastecimento.

A história de ocupação no entorno do Curimataú remonta ao século XVII, em razão da instalação pelos colonizadores do Engenho Cunhaú na várzea do rio. Esse foi o primeiro engenho da Capitania do Rio Grande e deu origem a Povoação de Cunhaú, célula mater do povoamento dessa área, que inclui o atual município de Baía Formosa, desmembrado de Canguaretama .

Enseada que dá o nome à cidade.

A presença da Mata Atlântica e da espécie denominada Pau-Brasil também contribuiu para que a Coroa Portuguesa tivesse o interesse sobre aquelas terras. Na Capitania do Rio Grande o sistema de distribuição de terras seguia o estabelecido pela Coroa, através da concessão e distribuição de sesmarias aos que detinham capital, objetivando produzir mercadorias de alto valor no mercado europeu.

Uma concessão ocorrida ainda no início do século XVII, no vale do Cunhaú, atual município de Canguaretama, foi feita pelo Capitão-mor Jerônimo de Albuquerque a seus próprios filhos. Mesmo sendo uma sesmaria considerada exorbitante na época, foi confirmada pela Coroa e daria início ao primeiro engenho da capitania, sendo ainda a base do poder da família Albuquerque Maranhão durante várias gerações.

Mas foi a construção de um movimentado porto de embarcações que na única baía do Rio Grande que se iniciou a história da cidade de Baía Formosa, dando origem a um núcleo organizado de pescadores. O nome do município ocorreu em decorrência do encanto que os portugueses tiveram sobre a paisagem local, da baía e da floresta atlântica denominada Mata Estrela. A família Albuquerque Maranhão e fazendeiros ricos da redondeza também utilizavam a localidade para passar o verão, tendo a família grande influência na região.

No decorrer do século XIX, apesar da Capitania do Rio Grande ter experimentado profundas mudanças em sua economia, em decorrência da Revolução Industrial e por razões de ordem política, ligadas as guerras na Europa, que acabaram com o monopólio comercial de Portugal, fazendo com que a Inglaterra passasse a ter uma posição privilegiada no comércio brasileiro, em Baía Formosa, que então pertencia a Canguaretama, as coisas permaneciam como antes, ou seja, um movimentado porto de pesca com muitas embarcações, praia de veraneio de famílias ricas e intensa exploração da cana-de-açúcar.

O acontecimento mais notável na memória local foi a matança de agosto de 1877, em que João de Albuquerque Maranhão Cunhaú, senhor de engenho Estrela, latifundiário poderoso, à frente de um grupo armado veio à Baía Formosa para desalojar seus moradores, alegando a posse da enseada. O pescador Francisco Magalhães e mais quatorze homens armados com facas e cacetes enfrentaram os agressores, havendo luta furiosa em que perderam a vida seis pessoas. Houve processo e prisão do mandante e participante da chacina, que submetido a juri em Carguaretama foi absolvido em 1878. 

Vista aérea de Baía Formosa

Em 16 de Novembro de 1892, pela lei estadual nº 2, o núcleo urbano de pescadores tornou-se distrito de Canguaretama, voltando à categoria de povoado anos depois. E nessa mesma época foi construída a pequena Capela de Nossa Senhora da Conceição. O povoado cresceu juntamente com seus principais recursos econômicos, as lavouras de cereais e a pesca.

Em 30 de novembro de 1953, de acordo com a Lei Estadual nº 958, o então povoado de Baía Formosa foi elevado à categoria de distrito sendo desmembrado do distrito de Vila Flor.

Em 31 de dezembro de 1958, através da Lei nº 2.338, tornou-se município, desmembrando-se de Canguaretama. Resumidamente pode-se verificar a história do município através das informações existentes no perfil do município de Baía Formosa, elaborado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do RN (IDEMA).


Fonte: Wikipédia